sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Não top five; apenas top two do cinema

Eleger dois filmes favoritos já foi difícil, escolher cinco ou dez me pareceu demasiado complicado. Mas acho que estou seguro quanto a esses dois. Considero-os incríveis e são aqueles filmes que posso ver 10 ou 15 vezes sem me entediar. Há outros que se encaixam nessas mesmas situações, de saber as falas decoradas, mas hoje fico com estes. Não falarei muito da história de cada filme para não quebrar o barato daqueles que ainda não os assistiram. Vamos lá!

Dr. Strangelove (1964)

Dirigido por Stanley Kubrick, o filme foi lançado em 1964, ainda na Guerra Fria, pouquíssimo tempo depois da Crise dos Mísseis que quase levou EUA e URSS a um embate nuclear. E é isso o que mais me impressiona, o fato de o filme ser incrivelmente bom e engraçado mesmo produzido num dos momentos mais sensíveis da segurança mundial.

Uma sátira política excelente, com um humor muito bem construído, mas com um tom dramático que não sai de cena. É um filme para ser visto mais de uma vez e sempre perceber coisas novas, sutilezas que podem passar despercebidas na primeira ou segunda vez.

Além de cenas extremamente cômicas como "Gentlemen, you can't fight in here! This is the War Room", a conversa telefônica entre o presidente dos EUA e o primier soviético sobre a delicada situação nuclear é a minha favorita.


Interessante também destacar que o ator Peter Sellers, além de interpretar o Dr. Strangelove (que aparece mais para o final do filme) interpreta outros dois personagens - o Capitão Lionel Mandrake e o presidente dos EUA. Diga-se de passagem, a cena do descontrole nazista de Dr. Strangelove no fim do filme é de uma genialidade ímpar.



Tróia (2004)

Tá... certo que não é um filme extremamente fiel a Ilíada, poema de Homero sobre a Guerra de Tróia, mas não deixa de ser sensacional.  A relação de Aquiles com Pátróclo, por exemplo, considerados primos no filme, não condiz com a história original do poema, em que eles são amantes. Embora seja um longa bastante maquiado, por assim dizer, a história do filme traz inúmeros sentimentos e emoções que fazem valer a pena.

Aspectos como honra, amor, paixão, coragem, amizade, lealdade, fidelidade, covardia, divindade, patriotismo, individualismo, ganância e inveja são alguns exemplos muito bem explorados. É justamente essa imensa gama de condições humanas presente e bem trabalhada em Tróia que o faz ser meu segundo filme favorito. A história grega de Homero com o drama de Helena, o heroísmo de Heitor, o bravíssimo Aquiles e sua fraqueza no calcanhar, a ganância de Agamenon e o  falso presente grego em forma de cavalo,  já é boa o suficiente para atrair a atenção de muita gente, 

Uma das minhas cenas favoritas ocorre logo no início, quando um garoto mensageiro vai chamar Aquiles, ainda dormindo em seu acampamento, para um duelo que o esperava contra um guerreiro da Tessália. O menino diz que o tessálio com quem Aquiles lutará é o maior homem que ele já viu em sua vida e que por isso não lutaria com ele. Com um olhar de reprovação ao garoto, Aquiles o responde antes de ir para a batalha: "é por isso que o seu nome nunca será lembrado". No confronto, Aquiles derrota o adversário em um único golpe.



Quem procura um filme mais fiel a Ilíada, pode assistir a "Helena de Tróia - Paixão e Guerra" (2003), que também não se arrependerá.

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