Quando
somos crianças, uma das preocupações de nossos pais é a de nos passar a
importância de dividir com os coleguinhas e de não ser individualista. Talvez
hoje em dia você se considere uma boa pessoa em virtude desse e de vários
outros valores que lhe foram transmitidos. E não só por sua família, mas por todas as suas relações interpessoais e até mesmo pela sua personalidade e por sua
vontade de ser quem você é. Sim, porque se tem algo que me incomoda é pensar
que somos frutos do meio em que vivemos. Se assim fosse, não teríamos controle
sobre nós mesmos. Portanto, você é o que é porque você o quis e, apenas em
alguma medida, pelo que viveu em sua infância, adolescência e pelo que ainda
vive. Algumas pessoas possuem mais oportunidades do que outros, melhores condições,
mais afeto, etc. Sim, obviamente que essas coisas influenciam nas nossas vidas
em algum nível. Mas não nos determinam. Pelo contrário, as nossas experiências,
em meu entendimento, percorrem um espectro quase infinito de possibilidades e
caminhos a serem perseguidos por nós mesmos. Por isso se observa tantas
histórias de vidas distintas de pessoas que, na teoria, poderiam ter tido o mesmo
rumo, seja essa estrada teórica qualquer que fosse.
Mas
voltando ao valor específico de não ser egoísta, que motivou esse post, acho
que quase ninguém (para não generalizar) consegue alcançá-lo. Não estou
querendo ser utópico nem tendo uma crise desejando que as pessoas sejam sempre dotadas
de boas intenções. Vivemos num mundo capitalista em que ser
individualista é pré-requisito obrigatório. O que me chama a atenção é que
somos demasiadamente egoístas e talvez nem percebemos ao certo. Não vou nem
falar sobre questões financeiras para não cair justamente no centro do sistema
e do modo de vida que levamos. Mas de algo mais simples. Um exemplo que venho
observando e parece se encaixar bem. Todos os pais costumam fazer de tudo ao
alcance deles pelos seus amados filhos. E isso é ótimo, que fique claro. Porém
talvez não façam 10% disso por nenhuma outra pessoa mais. E não importa, muitas
das vezes, o quanto eles a conheçam e saibam de sua boa índole e de sua
necessidade, que por eles poderiam ter sido auxiliado, acolhido, contribuído,
apoiado ou simplesmente ouvido. Sei que essas coisas familiares são dotadas de
um sentimento mais complexo. Meu ponto é que em muitos casos é muito
simples dar um suporte, seja ele de qual for o gênero, a um não filho, a um não
membro da família, a um não amigo, a um não cônjuge - mas que, infelizmente, não
costumamos prestá-lo. O egoísmo está, também, entre familiares, amigos, cônjuges
e etc. O altruísmo existe, sim. Embora a prática com a sua verdadeira essência seja rara; sua ação sem, de
fato, buscar recompensa absolutamente nenhuma, seja artigo em extinção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário