sábado, 22 de novembro de 2014

Egoísmo

Quando somos crianças, uma das preocupações de nossos pais é a de nos passar a importância de dividir com os coleguinhas e de não ser individualista. Talvez hoje em dia você se considere uma boa pessoa em virtude desse e de vários outros valores que lhe foram transmitidos. E não só por sua família, mas por todas as suas relações interpessoais e até mesmo pela sua personalidade e por sua vontade de ser quem você é. Sim, porque se tem algo que me incomoda é pensar que somos frutos do meio em que vivemos. Se assim fosse, não teríamos controle sobre nós mesmos. Portanto, você é o que é porque você o quis e, apenas em alguma medida, pelo que viveu em sua infância, adolescência e pelo que ainda vive. Algumas pessoas possuem mais oportunidades do que outros, melhores condições, mais afeto, etc. Sim, obviamente que essas coisas influenciam nas nossas vidas em algum nível. Mas não nos determinam. Pelo contrário, as nossas experiências, em meu entendimento, percorrem um espectro quase infinito de possibilidades e caminhos a serem perseguidos por nós mesmos. Por isso se observa tantas histórias de vidas distintas de pessoas que, na teoria, poderiam ter tido o mesmo rumo, seja essa estrada teórica qualquer que fosse.



Mas voltando ao valor específico de não ser egoísta, que motivou esse post, acho que quase ninguém (para não generalizar) consegue alcançá-lo. Não estou querendo ser utópico nem tendo uma crise desejando que as pessoas sejam sempre dotadas de boas intenções. Vivemos num mundo capitalista em que ser individualista é pré-requisito obrigatório. O que me chama a atenção é que somos demasiadamente egoístas e talvez nem percebemos ao certo. Não vou nem falar sobre questões financeiras para não cair justamente no centro do sistema e do modo de vida que levamos. Mas de algo mais simples. Um exemplo que venho observando e parece se encaixar bem. Todos os pais costumam fazer de tudo ao alcance deles pelos seus amados filhos. E isso é ótimo, que fique claro. Porém talvez não façam 10% disso por nenhuma outra pessoa mais. E não importa, muitas das vezes, o quanto eles a conheçam e saibam de sua boa índole e de sua necessidade, que por eles poderiam ter sido auxiliado, acolhido, contribuído, apoiado ou simplesmente ouvido. Sei que essas coisas familiares são dotadas de um sentimento mais complexo. Meu ponto é que em muitos casos é muito simples dar um suporte, seja ele de qual for o gênero, a um não filho, a um não membro da família, a um não amigo, a um não cônjuge - mas que, infelizmente, não costumamos prestá-lo. O egoísmo está, também, entre familiares, amigos, cônjuges e etc. O altruísmo existe, sim. Embora a prática com a sua  verdadeira essência seja rara; sua ação sem, de fato, buscar recompensa absolutamente nenhuma, seja artigo em extinção.

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